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15 de Novembro: O que a história oficial não quer que você saiba




O dia 15 de novembro é feriado nacional no Brasil. É uma data histórica, pois marca a queda da monarquia e a instauração da república como forma de governo. Mas, afinal, o que esse feriado representa para o Brasil e os brasileiros?


Temos de um lado a história contada nas escolas, nos livros e nos discursos oficiais. Por outro lado temos em emaranhado de conspiração e manipulação que culminou num golpe politico-militar sem a participação popular.



A história oficial


A história oficial da Proclamação da República é a de que ela foi um movimento popular, realizado pelo povo brasileiro cansado da monarquia. Essa história é contada nas escolas, nos livros e nos discursos oficiais.


No entanto, essa história é uma simplificação grosseira da realidade. A Proclamação da República foi, na verdade, um golpe politico-militar realizado por um grupo insatisfeitos com a monarquia.


No dia 15 de novembro de 1889, esse grupo de militares liderados pelo Marechal Deodoro da Fonseca tomou o poder e proclamou a República. O imperador D. Pedro II foi deposto e exilado e a família real deixou o Brasil em 18 de novembro.




O que a história oficial não quer que você saiba


A história oficial da Proclamação da República ignora o fato de que o Brasil era um país profundamente desigual no final do século XIX. A grande maioria da população era pobre e analfabeta. Os negros, os índios, mestiços es mulheres eram discriminados e excluídos da sociedade.


No artigo do deputado Aristides da Silveira Lobo publicado no “Diário de São Paulo”, em 18 de novembro de 1889, diz: “Por ora, a cor do governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só porque a colaboração do elemento civil foi quase nula. O povo assistiu àquilo tudo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada!”.

A Proclamação da República não trouxe mudanças significativas para a situação da maioria da população brasileira. A desigualdade social e a exclusão continuaram sendo problemas graves no país (até hoje).


A "história oficial" da Proclamação da República também esconde o fato de que o Brasil passou por um período de instabilidade política e social após a queda da monarquia. O país foi governado por uma série de presidentes ditatoriais e corruptos. (até hoje, algum não fio?)


A Primeira República (1889-1930) foi marcada por conflitos entre os grupos políticos, pela violência e pela desigualdade social. O Brasil era um país instável e violento, onde a democracia era uma mera fachada.


O fato é, por trás da história oficial da Proclamação da República, há uma face oculta.

Essa face oculta é a de um golpe de Estado, liderado por uma elite militar e civil que queria se apropriar do poder.


Os militares que lideraram a Proclamação da República não eram "representantes do povo". Eles eram homens brancos, ricos e da classe média alta.


A Proclamação da República não trouxe exatamente a democracia para o Brasil. Ela apenas substituiu uma elite por outra.


A Proclamação da República também é marcada por contradições. Por um lado, ela foi apresentada como um movimento de modernização do país. Mas, por outro lado, ela consolidou o poder da elite agrária e industrial. Também foi apresentada como um movimento de igualdade social. Mas, na prática, ela apenas reforçou as desigualdades sociais do país.


Por isso hoje é importante lembrar que a Proclamação da República foi um evento complexo, cheia de nuances e contradições. Que nos convida a lembrar que a história "oficial" não conta toda a história. Foi um momento de ruptura, mas também de continuidade. Uma história que merece ser contada com honestidade, sem o idealismo e o patriotismo vazios que costumam permear os livros de história.


E nesse 15 de novembro, um feriado com muitas faces, é importante refletir sobre as causas da Proclamação da República e sobre suas consequências. Entender que a história não é linear e que os acontecimentos do passado continuam a influenciar o presente e futuro.


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